Por Betânia Lopes
Manhã de uma terça-feira. O sol
estava a nascer, trazendo uma forte brisa do mar em direção à calçada, que
ficava logo ali. Onde terminava a onda começava a escada.
Encontrava-me a vagar entre as
pessoas, com olhos inquietos, pois procurava um detalhe, não um qualquer, um especial. O bastante para ter mérito de uma
crônica. Quando de repente o avistei. Ele estava de costas pra mim. Fitei meus
olhos nele, e passei a observá-lo. Era um homem simples, de meia idade, porém,
a paisagem o transformava em uma criança, com olhos virgens para tamanha
beleza. Olhava o horizonte de uma maneira particular. Enxergava mais do que os
meus olhos podiam ver, pois havia admiração com intensidade, pureza.
A cada onda, seu peito se enchia
de entusiasmo. Inclinava levemente o rosto, como se tentasse sentir a
fragrância da brisa, do mar, da areia. A cada ação dessa, que se repetia como
as ondas, ele que estava escorado com os cotovelos na mureta de proteção, erguia-se.
Então me aproximei e pude
perceber tudo. O homem é de uma região que não tem mar. De um lugar onde as
belezas naturais são totalmente diferentes. O homem que não reconheci, que contemplava
aquele momento como único, era meu professor.
(Texto produzido pela aluna Betânia Lopes do 1º ano A, da Escola Marcílio Pontes dos Santos, na Fase Semifinal da Olimpíada de Língua Portuguesa, em Natal - RN. A competição exigia que ela tirasse uma foto, e que a patir dela, fizesse um texto. Ela tirou uma foto do Prof. Clevilson admirando o mar.)
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